Várias toneladas de atum fresco capturadas ao largo de Olhão, no Algarve, ‘voam’ todas as semanas na zona de carga de um avião comercial rumo ao Japão, onde o peixe é servido cru como sushi em restaurantes.
Pela costa algarvia passa a rota migratória da espécie “bluefin”, uma das mais apetecíveis para o mercado do “sushi”, chegando a ser capturados pela Tunipex peixes destes com quase 200 quilos, explicou à Lusa um responsável da empresa.
A empresa – dirigida por Hirofumi Morikawa e que em 1994 integrou a empresa japonesa “Arai Soji” -, é por enquanto o único operador com armação de atum em actividade em mar português, embora haja outros projectos no Algarve.
A armação está situada a quatro quilómetros da costa, frente à Fuseta, em Olhão, e é naquelas redes que chegam a ser capturadas semanalmente cerca de dez toneladas de atum, conforme a época do ano.
Contudo, quase nada fica para o mercado nacional, já que 90 por cento da produção é exportada, na sua maioria para o Japão (68 por cento), Estados Unidos da América (12 por cento) e países da União Europeia.
A viver em permanência no Algarve desde 1995, Hirofumi Morikawa explica que antes de a “Arai Soji” apostar no Algarve para desenvolver o negócio em parceria com a Tunipex, efetuou um estudo ao longo de quatro anos.
«Achámos que o Algarve seria um bom investimento, porque toda a gente sabia que era uma região com forte tradição na captura de atum, considerado de muito boa qualidade», explica o empresário japonês.
Se há cerca de 50 anos a captura de atum era um negócio com grande potencial no Algarve, a verdade é que nenhuma das armações que se dedicavam à actividade chegou aos dias de hoje.
No ano de 1972 foi extinta uma das últimas estruturas de apoio às armações de pesca de atum – a do Arraial Ferreira Neto, em Tavira -, hoje tranformada em unidade hoteleira.
Foi preciso esperar mais de vinte anos até que aquela arte piscatória fosse retomada em Olhão, onde trabalham actualmente, na armação da Tunipex, 40 portugueses e três japoneses.
Apesar de ser a mais valiosa, o atum não é a única espécie a ser capturada nas armações da Tunipex, onde são também apanhadas cerca de 120 outras espécies, na maioria escombrídeos, da família do atum.
Lusa/SOL
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